Como deve ser o Laudo Médico de Autismo para o INSS?

Antes de tudo, preciso te dizer que não basta que o Laudo Médico diga que o seu filho tem Transtorno do Espectro Autista.

Claro que está informação é extremamente importante.

Só que, mais do que dizer que seu filho tem autismo, o Laudo Médico deve dizer como o autismo o atrapalha a ter uma vida igual à de outras crianças da mesma idade.

Seu filho pode ter sensibilidade a barulhos muito altos ou a determinados sons.

Algumas crianças, adolescentes e até adultos têm sensibilidade a etiquetas, roupas, alguma textura de comida.

Alguns autistas não gostam de certas cores ou não conseguem ficar em ambientes muito iluminados.

Outros não conseguem aguentar certos cheiros ou sabores.

Como não se trata de um transtorno que tem um padrão e cada pessoa responde a ele de uma forma, muitos também são os desafios que o autismo causa.

E isso vai gerar diferentes tipos de dificuldades, de um jeito diferente para cada um.

Por isso, quando você for pedir para o médico que acompanha seu filho para fazer o Laudo Médico, precisa dizer a ele que tem que colocar como o autismo atrapalha a criança de viver uma vida que seria considerada “normal” para outras crianças da mesma idade.

E não estou dizendo que seu filho não é normal, está bem?

Longe de mim falar uma coisa dessas.

Acontece que existe um padrão de comportamento que é esperado das crianças ou adolescentes em cada idade.

Às vezes o autismo gera uma dificuldade onde a criança não consegue brincar.

Em algumas ocasiões a criança não consegue conviver com outras crianças.

Tem vezes em que ela tem crises e demora um certo tempo para se regular. Isso pode demorar até mesmo dias.

E é exatamente tudo isso que vai dar direito ao BPC Loas.

Não é o transtorno em si que garante o direito ao benefício, mas como ele afeta a vida do seu filho.

Portanto, também é isso que o Laudo Médico precisa dizer.

De forma resumida, eu trouxe abaixo as principais informações que o médico deve colocar no Laudo:

• diagnóstico de autismo com a CID (Classificação Internacional de Doenças). Geralmente é a CID10 F84;
• qual é o impacto que o transtorno causa à criança, adolescente ou mesmo ao adulto, a ponto de não conseguir fazer algumas coisas que outras pessoas da mesma idade ou do mesmo gênero geralmente fariam;
• quais as limitações que o transtorno causa;

O médico deve dizer se a limitação é física, mental, intelectual ou sensorial.

Além disso, é preciso dizer como isso afeta o aprendizado, a interação social, a comunicação verbal ou não verbal, e demonstrar se existem dificuldades de desenvolvimento.

Também é importante constar no laudo quais medicamentos são utilizados, se o tratamento assim tiver indicado.

Abaixo, eu trago as informações que não podem faltar no Laudo ou Relatório Médico ideal:

1 – Dados do Paciente

2 – Histórico Clínico (desde quando a criança ou adolescente faz acompanhamento; quais os tratamentos foram indicados);

3 – CID (Código Internacional de Doenças), com o diagnóstico ou hipótese diagnóstica;

4 – Relatar (mencionar) as dificuldades e impedimentos clínicos (médicos e sociais) fazendo, inclusive, uma comparação com outras crianças ou pessoas da mesma idade e que não possuem o transtorno;

5 – Dizer que a deficiência existe pela avaliação multidisciplinar que foi realizada, sendo de longo prazo, por não possuir estimativa de cura;

6 – Nome e CRM do Médico.

Aqui está um exemplo de Laudo de Autismo bem feito: